sexta-feira, 7 de maio de 2010
1kg x 1 arroba
Eu estava outro dia andando pela rua, a caminho do ponto de ônibus, quando de repente esbarrei em uma moça e me ví em um grande espelho, no qual a minha imagem aparecia distorcida, cintura bem fina, dentro de uma espécie de espartilho, no qual meus peitos apareciam quase que por inteiros, mostrando um vestido bem apertado e cheio de forros, anáguas e outras coisas que davam àquele vestido um peso cruel de pelo menos uma arroba. Procurei por um relógio, pois eu estava atrasada para uma entrevista para uma novela, eu não reconheceia e não estava nem perto de reconhecer aquele lugar onde eu me encontrava, mas eu precisava pegar o ônibus, eu estava à procura de emprego, e aquela era a minha chance. Moví-me lentamente, afinal minhas roupas costumeiras não pesavam nem 1/15 da qual eu me encontrava, procurei um relógio, e achei um bem grande, de época, o qual apontava: 16:47h, 47 minutos após o horário marcado para a minha entrevista.
Corrí, apesar de ser quase impossível mover-se com tais vestes. Fui até um lugar que me parecia, bem pouco, mas parecia com um ponto de ônibus. Fiquei lá, posta a esperar por aquele maldito ônibus que não chegava, procurei meu celular para ligar para uma empresa de táxi, minha mãe, ou sei lá, mas nem a minha bolsa eu sabia aonde estava, achei um lenço bordado no que parecia um bolso,.. A tal hora eu já nem lembrava mais das roupas pesadas, já havia me acostumado. Avistei ao longe algo que se movia com 'rapidez', pensei que fosse o ônibus, mas aquilo passara uns 100 anos de ser um ônibus. Porque diabos aquilo era uma carruagem? Com medo de ter que ficar ali por muito tempo, e pasma com o fato de a carruagem ter parado sem que eu movimentasse meus dedos, já trêmulos, naquele momento eu já acreditava que Deus enviara a carruagem, acreditava até que ela pudesse ter caído do céu antes da curva; entrei. O guiador me disse belas palavras de tratamento, das quais só entendi uma ou duas, e tocou aqueles belíssimos cavalos.
Tempos depois, por volta de umas 17:20h, horário que eu avistei em algo parecido com um letreiro ( que com certeza eu não esperava encontrar ), eu já estava entrando em um grande portão, símbolos estranhos começavam a se colocar sobre o meu corpo de baixo para cima, e do nada, uma forte luz à qual eu já havia me acostumado se apagou, apareceu um homem gordo, barbado com algo semelhante a um alto-falante, dirigiu-se a mim, chamando-me por "princesa", com certo tom de agrado, me deu os parabéns, e comunicou-me que as próximas filmagens seriam no dia seguinte ao 12h.
Eu, de alguma maneira já havia sido empregada, mas não sei explicar como tudo acontecera. Só sabia que eu estava exausta, e com dor em todo o corpo; maldito vestido!
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